Alerta: 65% dos brasileiros sofrem com distúrbios do sono - Mulheres são as mais atingidas

Pesquisa revela dados alarmantes sobre a qualidade do sono dos brasileiros, com foco especial nas mulheres. Descubra os fatores que estão prejudicando seu descanso e como a pandemia impactou nossos hábitos noturnos.

Publicado em 02/01/2025 por Rodrigo Duarte.

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Um estudo científico recente trouxe à tona dados preocupantes sobre a qualidade do sono dos brasileiros. A pesquisa, publicada na conceituada revista Sleep Epidemiology, revelou que impressionantes 65,5% da população brasileira enfrentam algum tipo de distúrbio do sono, com uma incidência significativamente maior entre as mulheres. Este cenário alarmante demanda atenção especial da comunidade médica e da sociedade em geral, considerando o impacto direto na saúde pública nacional.

Alerta: 65% dos brasileiros sofrem com distúrbios do sono - Mulheres são as mais atingidas
Créditos: Redação

O Impacto da Pandemia nos Padrões de Sono

A pesquisa sobre sono foi conduzida durante um período crítico da pandemia de COVID-19, especificamente entre 16 e 30 de março de 2020. O professor Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS) e docente da Faculdade de Medicina da USP, destaca que o momento histórico influenciou significativamente os resultados. O aumento nos níveis de ansiedade e depressão durante este período contribuiu para uma deterioração significativa na qualidade do sono dos brasileiros.

Os pesquisadores observaram que o medo do contágio, o isolamento social e as mudanças bruscas na rotina criaram um ambiente propício para o desenvolvimento de distúrbios do sono. A preocupação com a saúde, a situação econômica e o futuro incerto amplificaram os problemas já existentes e desencadearam novos casos de insônia e outros transtornos relacionados ao sono.

Fatores de Risco e Grupos Mais Afetados

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A análise detalhada dos dados revelou que diversos fatores contribuem para o agravamento dos problemas de sono. Entre os elementos mais significativos, destacam-se o uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir, o consumo elevado de estimulantes como café e bebidas energéticas, além do ritmo acelerado de trabalho e estudo. Surpreendentemente, os jovens emergiram como um dos grupos mais vulneráveis a estes distúrbios.

As mulheres brasileiras apresentaram uma maior susceptibilidade aos distúrbios do sono, um fenômeno que pode ser atribuído a múltiplos fatores, incluindo alterações hormonais, maior carga de responsabilidades domésticas e profissionais, além de uma maior tendência a desenvolver quadros de ansiedade e depressão. Esta descoberta ressalta a necessidade de uma abordagem específica de gênero no tratamento e prevenção dos problemas relacionados ao sono.

Metodologia e Abrangência do Estudo

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A pesquisa sobre qualidade do sono foi conduzida por uma equipe multidisciplinar de cientistas de diversas instituições de pesquisa do estado de São Paulo. O estudo considerou múltiplos aspectos do sono, incluindo sua duração (tanto a falta quanto o excesso), regularidade (analisando as interrupções noturnas), diferentes estados do sono (leve, profundo e REM) e o nível de satisfação pessoal dos participantes com seu descanso noturno.

A metodologia rigorosa empregada na pesquisa permitiu uma análise abrangente dos padrões de sono da população brasileira, oferecendo insights valiosos sobre como diferentes grupos demográficos são afetados por problemas relacionados ao sono. Esta abordagem científica robusta confere credibilidade aos resultados e fornece uma base sólida para o desenvolvimento de estratégias de intervenção.

Consequências para a Saúde Pública

Os distúrbios do sono representam um desafio significativo para a saúde pública brasileira. A privação crônica de sono está associada a diversos problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e transtornos mentais. O impacto econômico também é considerável, manifestando-se através da redução da produtividade, aumento do absenteísmo e maior incidência de acidentes relacionados à sonolência.

A alta prevalência de problemas de sono na população brasileira sugere a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a promoção de uma melhor higiene do sono. Isso inclui programas de educação sobre hábitos saudáveis de sono, acesso a tratamentos especializados e campanhas de conscientização sobre a importância do descanso adequado.

Recomendações e Perspectivas Futuras

Especialistas em medicina do sono recomendam uma série de medidas para melhorar a qualidade do sono da população. Entre as principais orientações estão a manutenção de horários regulares para dormir e acordar, a criação de um ambiente propício ao sono, a redução do uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e a prática regular de atividades físicas.

O estudo também aponta para a necessidade de mais pesquisas focadas em intervenções específicas para diferentes grupos demográficos, especialmente para as mulheres, que são as mais afetadas pelos distúrbios do sono. A compreensão mais profunda dos fatores que contribuem para estes problemas permitirá o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e estratégias de prevenção mais direcionadas.

ESCRITO POR: Rodrigo Duarte - Jornalista formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com especialização em Marketing Digital.